Mulheres são mesmo emocionais?

Estruturalmente, os cérebros das mulheres são basicamente muito parecidos aos dos homens. Porém, se considerarmos que nossas interações e experiências alteram nosso cérebro ao longo de toda a vida (e especialmente durante a infância) e que, devido a convenções sociais, tanto homens como mulheres são expostos a experiências diferentes, fica evidente que experimentamos o mundo e nos relacionamos com ele de maneiras distintas. Com isso, mesmo que por cobrança social, desde a infância homens e mulheres desenvolvem habilidades e se comportam de formas bem diferenciadas.

O relato a seguir pode ser considerado um exemplo: “uma criança de 11 anos conta para sua mãe boatos de que um de seus colegas estava assediando as meninas de sua escola. Enquanto sua mãe se preocupava em orientá-lo para evitar que uma brincadeira dele pudesse ser interpretada como assédio, sua principal inquietação era estar atento para poder apoiar as meninas como testemunha, já que, segundo ele, o inspetor da escola era legal com os meninos, mas parecia não acreditar nas meninas.”

Aos 11 anos, está bem claro para ele e, provavelmente para os demais do grupo, que o tratamento dado a meninos e meninas é diferente e, nem sempre, equânime

É provável que quando se tornarem adultos já não se lembrem dessa situação, mas certamente fica um aprendizado inconsciente sobre essa situação, principalmente se comportamentos semelhantes forem reforçados para estas pessoas.

Será que nós não vivemos situações parecidas no passado que determinaram de forma inconsciente a nossa forma de nos comportarmos?

Será que esse relato não reforça a ideia de que as mulheres precisam que alguém as defendam porque não tem voz?

O fato é que, tendo mais ou menos inteligência emocional, espera-se que as mulheres sejam mais emotivas, comedidas e que percebam melhor as emoções dos outros. E mesmo que você (mulher) não se perceba assim, certamente já sentiu o peso da cobrança social ou cultural nesse sentido.

Este por si só já seria um ótimo motivo para desenvolver a inteligência emocional.

E ainda mais, não vivemos num mundo equânime. As diversas iniciativas globais, programas governamentais e projetos de leis para promover a equidade de gênero tem se mostrado necessários e endossam a ideia de que ainda há muito a ser feito.

Se desenvolver a inteligência emocional é importante para todos, é ainda mais importante para mulheres do século XXI. Lidando com desigualdades (tanto declaradas como veladas), é essencial manter-se mentalmente saudáveis e capazes de superá-las.

Saibam que isso é possível. Os obstáculos para desenvolver a inteligência emocional podem estar relacionados à forma como se imagina ser possível aprendê-la.

A neurociência moderna aponta que a aprendizagem se dá de duas formas: declarativa e procedural. Desenvolver inteligência emocional requer as duas formas. Utilizando treinos mentais, mindfulness é a base da aprendizagem procedural, além de promover o bem-estar.

Por exemplo, apenas um curso teórico ou com a leitura de um livro (aprendizagem declarativa), uma pessoa pode ler livros de natação, assistir vídeos com profissionais explicando técnicas, ainda assim não ser capaz de nadar. Da mesma forma, não aumentamos nossa inteligência emocional apenas entendendo a sua importância. Precisamos praticar!

No programa de Liderança para Mulheres, aliamos informações estruturadas e técnicas já testadas para apoiar o desenvolvimento de um caminho autêntico, que preserve a saúde mental e ainda seguro para prosperar.

Aliando intenções, teoria e prática, as transformações acontecem.