A presença de mulheres em cargos de liderança aumenta a lucratividade das empresas. Isso é o que indica o relatório Women Matter 2017, realizado pela McKinsey: verifica-se que haveria um crescimento de até 12 trilhões de dólares em PIB se alguns países aproveitassem melhor a oportunidade de inserir mais (e melhor) as mulheres no mercado de trabalho.

No Brasil, a situação é alarmante. A consultora da Total Corporate, Mari Lannes, que capacita líderes de instituições governamentais e privadas há mais de 10 anos, constatou que é baixa a presença de mulheres dentro dos treinamentos de liderança. Nos que são dedicados a cargos seniores e de alta gestão, apenas 5% são mulheres. O número sobe para 35% em treinos voltados para média liderança e para 65% nos cargos de coordenação, com complexidade mais baixa dentro do organograma empresarial.

Para entender melhor o que se passa dentro do cenário corporativo nacional, a Total Corporate realizou a pesquisa Inquietações das mulheres na liderança, no qual pode apontar os desafios enfrentados pelas mulheres que aspiram ou que já estão em cargos de liderança. Este trabalho tem como objetivo trazer à tona a problemática pela visão delas, facilitando o entendimento sobre o que as impedem de concorrer aos cargos seniores, mantendo-as em cargos ditos como “colaborativos” de liderança. A pesquisa abrange todo o território nacional e teve mais de 200 participantes. Com o intuito de atender o maior número de pessoas, o questionário de participação ainda se encontra disponível. Então, se você deseja participar da pesquisa “Inquietações das Mulheres na Liderança”, clique aqui.

 Nessa pesquisa, identificou-se seis problemas que impedem a plena gestão das mulheres no mercado corporativo brasileiro. Três deles dizem respeito ao mercado de trabalho: não se sentem valorizadas ou reconhecidas pelo seu trabalho, muitas vezes sendo vistas como coadjuvantes dentro dos projetos empresariais; percebem que o assédio impacta na autoconfiança das líderes; e entram em choque com o desequilíbrio de gêneros em cargos de alta gestão por não valorizar e praticar a cultura de equidade.

 Os outros três problemas levantados são relacionados à própria atuação das mulheres dentro do mercado empresarial: sentem dificuldade em ser ouvidas e expressar suas ideias e seus valores, sendo sempre interrompidas em reuniões; acreditam que não sabem negociar com eficiência, pois não são convidadas a participar da tomada de decisões e das negociações;  não se consideram prontas para novas oportunidades, sentindo constante necessidade de se capacitar, porque não se sentem autoconfiantes e não desenvolveram autoridade pessoal acarretando numa visão distorcida dos fatos: não veem as oportunidades como suas.

Todas as inquietações identificadas podem ser desenvolvidas por meio de treinamentos de liderança – os mesmos que, naqueles destinados à alta gestão, elas são menos presentes. Colocá-las à frente do mercado de trabalho se faz mais do que uma ação de valorizar as mulheres e implementar a cultura da equidade: é também uma oportunidade de impulsionar os negócios.